Compartilharei com você as descobertas que venho fazendo na jornada para explorar a possibilidade de estabelecer um relacionamento consciente com um Ser Supremo — o Criador de toda a existência, ou Deus, como é chamado por algumas religiões. Esse chamado existe dentro de mim desde muito jovem e tem sido a única constante na minha vida. Na infância o chamava de Deus, no início da minha vida adulta o chamei de "inteligência universal", hoje o chamo de Pai/Mãe.
Começo a perceber os frutos da busca e da prática da autorresponsabilidade, evidenciados pelas melhorias nos meus corpos físico, emocional e mental. Esses benefícios são resultado do alinhamento e da prática consciente das leis de Deus inerentes a todos os processos ao nosso redor, mesmo que, em um primeiro momento, eu não tenha atribuído a Ele/Ela essa autoria.
Tenho fé de que seguir os princípios das leis de Deus pode nos ajudar a nos libertar de amarras ancestrais, culturais e autoimpostas, que estejam impedindo nosso pleno florescimento e nossa conexão com a verdadeira essência de quem ou o que realmente somos, sob a perspectiva d'Ele/d'Ela.
É com essa aspiração que compartilho minha jornada com você.
Nasci na cidade do Panamá, República do Panamá, em 31 de janeiro de 1969, como a quarta filha dos meus pais.
Durante os nove meses de gravidez, minha mãe se divertia tentando encontrar nomes para nós meninas que se ajustassem ao acrônimo E.S.M.Q., que em espanhol é utilizado na entrega em mãos de cartas e significa 'Em Suas Mãos Queridas'. Meu nome completo é Ednelí Soraya Monterrey-Quintero, seguindo a regra espanhola de colocar o sobrenome paterno em primeiro lugar.
Cresci em uma família e escola católicas. No final da minha adolescência, comecei a questionar e me desligar do cristianismo, sem, no entanto, abandonar minha busca pela conexão espiritual.
Alguns anos antes, tivera uma experiência espontânea com um amor incondicional. Foi uma experiência imersiva que envolveu uma visão alterada da realidade; parecia que eu conseguia ver as moléculas dos objetos ao meu redor. Tudo parecia dotado de vida e luz. A presença desse amor incondicional trazia sensações e significados profundos. Naquele momento, eu simplesmente sabia que esse amor incondicional existia para todo ser humano, independente de qualquer outro fator presente, como o que fazemos ou dizemos.
Eu sempre tenho aspirado a reencontrar esse amor.
Aos 18 anos, vim para o Brasil para realizar meus estudos universitários. Durante esse período, explorei o esoterismo e a conexão com os mundos sutis. Praticava meditação, tai chi chuan e experimentava com o vegetarianismo.
No final da universidade, veio o casamento e a mudança de cidade. Logo encontrei outro grupo para dar continuidade às minhas explorações, desta vez na forma de uma comunidade espiritual muito bem estruturada (Comunidade Figueira). Fiz parte dessa comunidade por quase 20 anos. A ruptura aconteceu devido a mudanças introduzidas nos ensinamentos que eu não consegui incorporar.
Segui em busca de forma individual. Passaram-se quase 15 anos de desenvolvimento da auto responsabilidade e cura das feridas emocionais. Explorei o Pathwork® e estudei a teoria da espiritualidade integral (Integral Theory) por conta própria, além de ler muitos livros. Realizei diversas formações e estudos por meio de cursos e práticas de autoconhecimento, os quais incluíram tantra (Comunna Metamorfose), constelações familiares, rituais com ayahuasca, Thetahealing®, respiração circular, EFT® (Emotional Freedom Technique), o Modelo Rayid®, Ayurveda e Yoga.
Com os três últimos, descobri a existência de leis universais: leis de harmonia de precisão matemática, criadas por um Ser inteligente e amoroso que, se seguidas, nos permitem experimentar essa qualidade em nosso corpo, mente e emoções. Isso, por si só, já teria valido todos os anos de busca, caso meu interesse fosse apenas saúde e bem-estar no nível pessoal e social, pois estou comprovando que funcionam. Além disso, elas também comprovaram que não dispensam o contínuo trabalho de desenvolvimento e expansão em direção a patamares mais elevados.
No entanto, há algo ainda melhor do que todos os ensinamentos e técnicas acima.
No final de 2019 descobri a existência da verdade divina (Divine Truth), ou um caminho para um relacionamento consciente com Deus. Uma nova jornada se iniciou em sintonia com essa busca profunda, sempre latente dentro de mim. Uma jornada que tem como companhia a humildade, a verdade e a transparência, entre outros muitos valores.
Meu foco atual é embarcar no GRANDE EXPERIMENTO de ter uma relação consciente e direta com o Criador do Universo, meu Pai/Mãe Infinito.
Eu fui uma criança muito tímida, frequentemente sentindo-me diferente e com menos valor em relação às outras pessoas. Fui caçula tanto da minha família nuclear quanto entre os primos.
Havia uma atitude generalizada de condescendência, paternalismo e supervalorização, semelhante à forma como frequentemente tratamos os mascotes. Esses desvios, que comprometem o princípio da igualdade, deixaram em mim um legado contraditório de desvalorização e arrogância. Além disso, carrego a ferida de crescer em um país latino-americano, onde a cultura valoriza as mulheres pelo prazer sexual que podem oferecer aos homens.
Essas percepções distorcidas me acompanharam ao longo dos anos, criando raízes profundas que influenciaram muitos dos meus erros e dificuldades na vida, pois só recentemente estou assumindo a responsabilidade de conhecê-las e corrigi-las em alinhamento com os Princípios e Leis de Deus.
Embora minha infância e adolescência não parecessem marcadas por uma sexualização evidente — tendo dado meu primeiro beijo apenas aos 18 anos e minha primeira experiência sexual por volta dos 22 anos, já no Brasil (esse primeiro "namorado" do primeiro beijo tentou me estuprar) —, fui alvo de assédio sexual durante esse período por homens ao meu redor: irmão, primos, amigos da família e até o namorado de uma irmã.
Sem compreender o verdadeiro significado de amor-próprio ou de amar o outro, e desesperada por validação masculina e feminina, acabei me colocando em inúmeras situações de grande risco, causando e vivenciando muita dor nos meus relacionamentos. Compartilhei parte dessa jornada no blog, onde relato meus vícios em relacionamentos com homens (DA NEGAÇÃO À RESPONSABILIDADE: meus vícios com homens) e também a experiência de uma gravidez com alguém que mal conhecia, da qual optei por abortar, como descrevi no texto (O MEDO QUE LEVA A MATAR: o aborto do meu primeiro filho).
No ano em que fiz o aborto, conheci quem foi o meu marido por 22 anos. Ele era um homem viúvo, 10 anos mais velho do que eu que tinha um filho pequeno do primeiro casamento.
Tivemos um início apaixonado e impulsivo, movido pelas nossos vícios complementares. Falarei apenas das minhas distorções pessoais: ser valorizada por um homem percebido como mais experiente e inteligente, sentir-me segura emocional e financeiramente.
Casei grávida da nossa primeira filha juntos e depois tivemos mais dois meninos ao longo dos anos.
Como não podia ser diferente, dadas às feridas emocionais dentro de mim, não fui uma boa mãe e deixei um legado bastante difícil para os meus filhos, que hoje apenas eles podem resolver.
As minhas dores não sentidas e a minha arrogância se traduziram em severidade, controle e ameaças, que os preenche de medos e falta de confiança. Por não saber lidar com as minhas próprias emoções, tampouco pude ensiná-los a importância de nos mantermos sempre abertos para elas, e hoje eles têm dificuldades em expressar suas emoções mais intensas. Por manter uma fachada de benevolência e perfeição, tampouco os ensinei que a verdade e transparência com os nossos erros é o caminho para a sua correção. Por fazê-los especiais para mim, pelo desejo subjacente de que esse valor também fosse atribuído a mim, eles carregam a dor do especialismo.
O casamento era funcional, mas como os vícios e as codependências não estavam sendo trabalhadas criaram as bases para os eventos que culminaram na separação.
A maternidade trouxe a sua própria experiência de valorização e preenchimento de um papel feminino, e gradualmente a sexualidade foi perdendo o seu atrativo. Paralelo a isso o meu foco de atenção se mantinha na exploração de atividades espirituais, das quais o meu marido nunca sentiu qualquer atrativo.
Como uma bomba, a sexualidade reapareceu projetada num amigo nesse caminho espiritual que estava seguindo. Foi uma das épocas mais desafiantes da minha vida, pois era literalmente como sentir o diabo e o anjo dentro de mim lutando pela minha alma. Claro que isto é apenas um forma simbólica de expressão. O que realmente aconteceu foi que, a sintonia percebida na dimensão espiritual com esta pessoa era muito mais poderosa que a sintonia espiritual, emocional, sexual e material que eu tinha com o meu marido.
Lutei com todas as minhas forças, pois estava engajada em um caminho espiritual. No entanto, perdi algumas batalhas, e certas situações inapropriadas acabaram acontecendo. Meu caráter ainda não estava suficientemente fortalecido. Compartilhei com meu marido o que estava acontecendo comigo, e juntos tentamos recomeçar. Infelizmente, não conseguimos corrigir as causas que levaram aos eventos, nem processar adequadamente a dor que eles causaram.
Cerca de seis anos depois, a ferida se abriu novamente. Desta vez, não havia um risco específico ou alguém por quem eu me sentisse particularmente atraída, ainda que essa tenha sido a percepção dele. Havia me reconectado com antigos amigos e amigas de infância, cuja dinâmica carregava uma forte carga sexual, típica do jeito panamenho de ser, além de desenvolver laços emocionais com novos amigos e amigas. Esses vínculos foram interpretados como uma traição.
Hoje reconheço que o traí emocionalmente e espiritualmente, pois na época muito do meu tempo e confidências eram compartilhadas com estas pessoas e não com ele.
Na época, nenhum dos dois tinha o desenvolvimento emocional para resolver o problema e o casamento acabou.
Estou engajada em recuperar a pureza original que acredito ter sido concedida por Deus a todos os Seus filhos e filhas. Busco fazê-lo com a ajuda Dele/Dela, aprendendo a amar a mim mesma, aos outros e a Deus.
No âmbito pessoal, estou utilizando este momento para identificar e corrigir erros que ainda carrego, para a minha felicidade e das pessoas ao meu redor hoje, assim como aqueles que virão a formar parte da minha vida no futuro.
Relato um pouco desta busca pelos erros no blog (COMPENSAÇÃO: Reconhecer e Reparar). Até este site é uma forma de documentar o que vou aprendendo para corrigir informações equivocadas transmitidas no passado.
Nossos três filhos mais velhos moram fora da cidade. Compartilho, junto ao meu ex-marido, os cuidados do nosso filho caçula, que está com 12 anos. Como mãe, estou introduzindo mudanças na minha interação com esse filho menor com quem tenho mais contato. Tenho deixado de fazer algumas coisas que ele já pode fazer por si mesmo, como arrumar e limpar o seu quarto e cozinhar para ele, ou ser sua fonte de validação.
Atuo na gestão socioambiental de uma universidade pública. Este ano, tive a oportunidade de iniciar um projeto voltado ao bem-estar e ao sentimento de pertencimento da comunidade do campus. As diretrizes do projeto focam em conscientizar as pessoas sobre as diversas dimensões que impactam nossa saúde, felicidade e bem-estar, tanto individual quanto coletivamente, e sobre a nossa responsabilidade em cuidar delas. Para montar o projeto adaptei os conhecimentos que havia aprendido com o Modelo Rayid e os apliquei aos 4 determinantes da saúde segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além de buscar constantemente aprofundar minha conexão e sintonia com Deus, reconheço que minha principal e mais urgente tarefa é dedicar-me ao desenvolvimento da sensibilidade para identificar meus erros, fortalecer meu caráter e alinhar minhas ações às leis e princípios divinos, empenhando-me em corrigir e compensar os danos causados.
A remoção dos meus erros, com a assistência de Deus, permitirá que eu descubra minha verdadeira essência e personalidade — aquela que foi concebida por Deus, livre de influências e condicionamentos humanos.
Na segunda edição do projeto na universidade, prevista para 2025, pretendo introduzir os princípios das leis de Deus para apreciação e e tema de reflexão do grupo, ao mesmo tempo em que me dedico a aplicá-los na minha vida pessoal.
Nota: Este diagrama é uma adaptação do compartilhado por Jesus & Maria Madalena durante as palestras Entendendo as Leis Amorosas de Deus (inglês).
Sobre Princípios Espirituais (Inglês)
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